O Tataré (Chloroleucon tortum) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, encontrada na região costeira, entre a floresta e a restinga do RJ, de beleza única por ser muito ramificada e apresentar troncos e galhos fora do convencional, de aspecto retorcido e de coloração nobre.
Árvore de pequeno porte e crescimento lento (altura e diâmetro até 6m), possui copa horizontal, baixa, larga e aberta, com tronco canelado de tons marmorizados (quando descama, revela a superfície branca, escondida). Não há olhos que passem despercebidos diante de sua estampa, é uma atração visual irresistível no jardim.
Apesar de seu aspecto lembrar as resistentes árvores do cerrado, o Tataré prefere locais com maior índice pluviométrico, é conhecido internacionalmente como “Brazilian raintree”. Deve ser plantada a pleno sol, solo arenoso, bem drenado e rico em matéria orgânica. Possui madeira maciça e galhos com muitas ramificações, que podem ou não ser espinhentos. Por ser muito resistente, pode ser usada na reconstrução de áreas degradadas.
Suas folhas são decíduas, pequenas, ovaladas, coriáceas e compostas, que se fecham a noite e reabrem pela manhã. Produz inflorescências com delicadas flores brancas a amarelas na primavera e verão, e assumem formato globoso trazendo um charme extra, pois se assemelham a um pompom, de forte aroma e atraente aos polinizadores. Suas vagens contorcidas (conhecidas como orelha de macaco), abrigam numerosas sementes ovais e achatadas. Propaga-se apenas por sementes e a germinação é baixa, vingando apenas 20%.
Utilizada no paisagismo urbano, nas praças e parques, e também em jardins pequenos, podendo até ser conduzida em vasos, como um bonsai (seus galhos são fáceis de modelar já que entortam mesmo sem aramação, e sua aparência já é de uma árvore madura e envelhecida). Trata-se de um exemplar escultural, nobre, estético, ecológico e decorativo, e por si só, embeleza qualquer jardim.
Popularizou-se como árvore ornamental através dos projetos de Roberto Burle Marx que, impressionado com sua beleza, retratou seus galhos em gravuras abstratas. Suas formas despertam as crianças à associa-la a um mundo mágico, favorecendo a invenção de histórias e brincadeiras. Uma espécie encantadora.
O Tataré é uma árvore ameaçada de extinção, gostaria de deixar um alerta aos que se interessarem em adquirir esta árvore para buscarem profissionais ou fornecedores idôneos, que saibam da procedência da muda, que realmente a produzam e não que a extraiam da natureza. O extrativismo existe no mercado, é ilegal, não vamos colaborar com este ato triste.
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